Reabertura das áreas comuns e lazer em condomínios, simples #SQN!

Vivemos desde fevereiro quando tivemos o primeiro caso confirmado de COVID-19 no Brasil, um momento único na vida de todos, devido à pandemia e ao estado de exceção colocado em vigor desde o segundo trimestre, leva a acreditar que estamos em um mundo paralelo. As antigas polarizações entre partidos políticos, religiões ou clubes de futebol agora chegam até mesmo aos relacionamentos dos nossos bons e velhos condomínios, os síndicos e suas equipes, antes acionados somente em poucas ocorrências viraram o centro das atenções devido a boa parte da população ficar agora muito mais dentro de suas casas e apartamentos, cogitando e ensaiando a reabertura.

Passados quase 7 meses e agora com os números começando a se estabilizar, a pergunta que até pouco tempo era “quando voltaremos ao normal?” é “como???”. Quando falamos de condomínios horizontais já temos muito stress, agora imagine quando falamos dos condomínios verticais, onde hoje uma simples bolinha de gude ou carrinho de uma criança pode se tornar o estopim de um grave problema entre moradores e administração dos prédios.

Antes de falarmos da reabertura em si vale lembrar da pressão sofrida nesses meses pelos moradores que insistem em achar que nada está acontecendo. Já ouvimos inclusive de alguns que tudo isso não passa de “pirotecnia da mídia golpista” ou “ação da esquerda global para derrubar o mundo capitalista”. Essa turma, apesar de pequena é sempre muito barulhenta ameaças em grupos coletivos, redes sociais e até mesmo ações judiciais, ainda não sabemos se podemos enquadrar essa postura em um caso médico ou simples ignorância, o tempo irá dizer.

Em relação ao retorno das áreas, esse é um capítulo à parte, tanto em pequenos condomínios quanto nos maiores os corpos administrativos se encontraram dentro de um filme pós apocalíptico, Seria engraçado se não fosse trágico, mas nesse momento aparecem dezenas ou até centenas de “engenheiros de obras prontas” e o mais comum é que cada um deles advoga sempre em causa própria, com perfis bem definidos. Seja a turma das quadras, da piscina, da sauna, do trabalho, da academia, do salão beleza e aí vai, sempre com a bandeira levantada com suas regras e anseios embaixo do braço perguntando por que um ou outra solução foi feita “primeiro” ou “por que não foi pensado assim”, ou seja, a grande maioria dos moradores de condomínios, por motivos óbvios nesse momento está com muita dificuldade em pensar no coletivo e se agarra aos problemas da primeira pessoa do singular.

Agora se podemos dar qualquer dica aos nossos colegas síndicos e presidentes das associações é que sejam fortes, abram suas áreas somente quando estiverem seguros, foquem nos pilares que vão nos manter seguros, que são eles: – o distanciamento social, o uso obrigatório de máscaras faciais, a higienização das mãos e manter os ambientes sempre limpos e desinfetados.

Sempre bom lembrar que de acordo com o código civil em vigor, que destina vários artigos especificamente voltados a condomínios, os síndicos têm o dever de praticar os atos necessários à defesa dos interesses comuns e nesse momento de exceção infelizmente compete a nós pensar na vida e na saúde de centenas de famílias, reforçando sempre que as áreas comuns não são privativas e devem ter cuidados redobrados nesse momento tão crítico e único em nossas vidas.

Para finalizar, basta lembrarmos que para essa nossa função o pensamento coletivo, a isenção na hora de analisar cada passo e muita paciência são os ingredientes perfeitos para tentar ao menos minimizar todos os problemas que já surgiram e ainda devem surgir até o final da pandemia. E claro, precisaremos de muita força ainda para reconstruir tudo que essa doença nos trouxe, sejam prejuízos financeiros ou psicológicos!